| ANTIGO LARGO DO BARROSO
Classificação: Largo
Cronologia:
Situação:
Propriedade: Pertence ao Municipio;
Situação:
Propriedade: Pertence ao Municipio;
Referências:
Classification: square
Chronology: Location:
Property: Belongs to the Municipality;
References:
Classement :
Chronologie :
Localisation :
Propriété : Appartient à la Municipalité ;
Références :

ANTIGO LARGO DO BARROSO- O Largo
O Largo Professor António de Vilhena, também conhecido por “Largo do Barroso”, era, na primeira metade do séc. XX, um dos “centros” de Santiago do Cacém. Não o cen tro administrativo, não o centro cultural, mas o mais importante centro de comércio: era a praça da jorna, onde os lavradores e/ou os seus capatazes escolhiam os trabalhadores rurais de que precisavam para os trabalhos nos campos.
Diz-nos Manuel da Fonseca que, sobretudo aos domingos, “(...) logo pela manhã, o largo ganhava animação. Grupos de camponeses subiam para a vila.”(...) “Era o centro da Vila. Os viajantes apeavam-se da diligência e contavam novidades. Era através do Largo que o povo comunicava com o mundo. Também, à falta de notícias, era aí que se inventava alguma coisa que se parecesse com a verdade. O tempo passava, e essa qualquer coisa inventada vinha a ser verdade. Nada a destruía: tinha vindo do Largo. Assim, o Largo era o centro do mundo.” (...) “Antigamente, o Largo era o centro do mundo. Hoje, é apenas um cruzamento de estradas, com casas em volta e uma rua que sobe para a Vila..”
Também na primeira parte do poema “O Maltês”, Manuel da Fonseca se refere ao Largo:
Em Cerromaior nasci.
Depois, quando as forças deram
para andar, desci ao largo.
Depois, tomei os caminhos
que havia e mais outros que
depois desses eu sabia.
E já tanto me afastei
dos caminhos que fizeram
que de vós todos perdido
vou descobrindo esses outros
caminhos que só eu sei.
*Joaquim António Barroso fundou neste largo, em 1908, um importante estabelecimento comercial de armazém e retalho de mercearias. É a este facto que se deve a designação com que continua a ser conhecido. Os topónimos perduram na memória colectiva...
Texto de Sérgio Pereira Bento
The “Largo” (public square)
The “Largo Professor António de Vilhena”, also known as “Largo do Barroso”, was, in the first half of the 19th century, XX, one of the “centers” of Santiago do Cacém. Not the administrative center, not the cultural center, but the most important center of commerce: it was the square of the newspaper, where the farmers and/or their foremen chose the rural workers they needed for work in the fields.
Manuel da Fonseca tells us that, especially on Sundays, “(...) first thing in the morning, the square became animated. Peasant groups would go up to the village.”(...) “It was the center of the village. Travelers got off the stagecoach and told news. It was through Largo that the people communicated with the world. Also, in the absence of news, it was there that something that resembled the truth was invented. Time passed, and this invented thing came to be true. Nothing could destroy it: it had come from Largo. Thus, Largo was the center of the world.” (...) “In the past, Largo was the center of the world. Today, it is just a crossroads, with houses around it and a street that goes up to the village.”
Also in the first part of the poem “O Maltês”, Manuel da Fonseca refers to Largo:
Em Cerromaior nasci.
Depois, quando as forças deram
para andar, desci ao largo.
Depois, tomei os caminhos
que havia e mais outros que
depois desses eu sabia.
E já tanto me afastei
dos caminhos que fizeram
que de vós todos perdido
vou descobrindo esses outros
caminhos que só eu sei.
I was born in Cerromaior.
Then, with forces
to walk, I went down.
Then I took the paths
that there were and more that
after these I knew.
And I've gone so far
of the paths they made
that of you all lost
I discover these others
ways that only I know.
*Joaquim António Barroso founded in this square, in 1908, an important commercial es tablishment for warehouse and grocery retail. It is to this fact that the name with which it continues to be known is due. Toponyms linger in collective memory...
Text and translation of Sérgio Pereira Bento
Le “Largo” (place publique)
Le “Largo Professor António de Vilhena”, également connu sous le nom de “Largo do Barroso”, était, dans la première moitié du XXe siècle, l'un des «centres» de Santiago do Cacém. Pas le centre administratif, pas le centre culturel, mais le centre de commerce le plus important: c'était la place de la “jorna” (journée de travail et paiement respectif), où les paysans et/ou leurs contremaîtres choisissaient les ouvriers ruraux dont ils avaient besoin pour les travaux des champs.
Manuel da Fonseca nous raconte que, surtout le dimanche, «(...) dès le matin, la place s'animait. Des groupes de paysans montaient au village. »(...) « C'était le centre du village. Les voyageurs descendirent de la diligence et racontèrent des nouvelles. C'est à travers le Largo que le peuple communiquait avec le monde. Aussi, en l'absence de nouvelles, c'est là qu'a été inventé quelque chose qui ressemblait à la vérité. Le temps est passé, et cette chose inventée est devenue réalité. Rien ne pouvait le détruire: il venait du Largo. Ainsi, le Largo était le centre du monde. (...) « Dans le passé, le Largo était le centre du monde. Aujourd'hui, ce n'est qu'un carrefour, avec des maisons autour et une rue qui monte au village...”.
Toujours dans la première partie du poème «O Maltês», Manuel da Fonseca fait référen ce à Largo :
Em Cerromaior nasci.
Depois, quando as forças deram
para andar, desci ao largo.
Depois, tomei os caminhos
que havia e mais outros que
depois desses eu sabia.
E já tanto me afastei
dos caminhos que fizeram
que de vós todos perdido
vou descobrindo esses outros
caminhos que só eu sei.
Je suis né à Cerromaior.
Puis, lorsque les forces ont donné
Pour marcher, je suis descendu.
Puis j'ai pris les chemins
qu'il y avait et plus d’autres que
après ceux-ci, j'ai su.
Et je suis allé si loin
des chemins qu'ils ont tracés
celui de vous tous perdu
je vais découvrir ces autres
chemins que je suis le seul à connaître.
*Joaquim António Barroso a fondé sur cette place, en 1908, un important établissement commercial d'entrepôt et vente au détail d'épicerie. C'est pouquois le nom avec lequel il continue d'être connu. Les toponymes perdurent dans la mémoire collective...
Texte e traducion de Sérgio Pereira Bento