CASA DA POETISA ALDA GUERREIRO - Associação Cultural Santiago do Cacém

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|  CASA DA POETISA ALDA GUERREIRO
Cronologia: Não conseguimos precisar a data de construção do edifício
Situação: Rua Dr. Franscisco Beja da Costa
Propriedade: Pertence à familia da poetisa;

Chronology: We are unable to specify the date of construction of the building
Location: Rua Dr. Franscisco Beja da Costa
Property: Belongs to the poet's family;
 


Chronologie :Nous nesavons pas préciser la date de construction du bâtiment
Emplacement :Rua Dr. Franscisco Beja da Costa
Propriété :Appartient à la famille de la pétesse;

Alda Guerreiro Machado era natural de Santiago do Cacém, onde nasceu a 6 de janeiro de 1878 e faleceu a 1 de fevereiro de 1963. (sabes se está sepultada no cemitério’)
 
Era filha do artista pintor Manuel do Espirito Santo Guerreiro.
 
O facto de ser oriunda de uma família culta nas artes e nas letras, permitiu-lhe desenvolver as suas aptidões naturais, tornando-se notável como intelectual, distinguindo-se principalmente na poesia.
 
A sua obra poética está presente em vários jornais e revistas da época, testemunhando a sua rara sensibilidade e espirito critico sobre os problemas sociais sentidos então.
 
Alda Guerreiro é digna de todo o respeito da população de Santiago do Cacem pela forma como dignificou a sua terra, tornando-a mais conhecida através da sua poesia, sendo incluída em duas importantes antologias, uma sobre Poetisas Portuguesas, em 1917, e outra sobre os Poetas Alentejanos do século XX, já em 1984.
 
Esta mulher viveu no meio de uma crescente ideal politico Republicano que pretendia renovar a sociedade, tornando-a mais culta, mais próspera, mais feliz, onde a Justiça não fosse uma palavra vã, e uma monarquia decadente e corrupta mas teimosa, cheia de senhores que não queriam perder a sua prepotência e privilégios.
 
Alda Guerreiro, pertence à geração de intelectuais dos fins do século passado que aderiu à causa republicana. E toda a sua vida lutou com a sua palavra e acção dos desfavorecidos.
 
Fundou a 1 de janeiro de 1910, fundou a Associação Liberal de Santiago do Cacém e ao mesmo tempo mantinha em sua casa a “Escola Livre”, que manteve , pelo menos até 1914, que desempenhou um papel notável, sobretudo na organização de actividades, como as “festas da árvore”, “visitas de estudo” e “sessões comemorativas do aniversário da escola”.
 
Na sua casa funcionou igualmente uma escola de ensino artístico e de bordados aberta às jovens de Santiago, e, aqui cheia de história, viveu também o pintor Manuel Espírito Santo Guerreiro, seu pai e de Rafaela Guerreiro de Andrade. esposa de António Manuel Freire de Andrade, farmacêutico, e um dos fundadores da comissão concelhia do partido republicano português.
 
Manuel Espírito Santo Guerreiro era natural de Castro Verde e foi aluno da academia de pintura, onde ingressou em 1866. A sua obra artística recebeu várias menções honrosas nas exposições a que concorreu. Em Santiago do Cacém, ocupou vários cargos públicos, tais como: presidente, e vereador da Câmara Municipal. provedor da Santa Casa da Misericórdia, substituto do juiz de direito, e director da Música e do Teatro Harmonia.
 
 
Na década de 30, Alda Guerreiro, coalhou na revista “Portugal Feminino”.
 
Apoiou e colaborou num pequeno jornal de Sines, dedicado aos jovens , “A Juventude”.
 
 
Idealizou, fabricou e distribuiu um interessante jornal manuscrito, intitulado “O Jornal das Crenças”. Para Alda Guerreiro, a impressa desempenhava um papel importante na educação popular, com vista à formação de uma consciência liberal e democrática.
 
 
SEMENTEIRA

Na encosta de uma serra havia um carrascal
Onde nascia o tojo, a esteva, um matagal.
Um dia entrou com êle a foice roçadoura;
Meteram a charrua e fez-se a lavoura.
Foi revolvida a terra e feita a sementeira.
Algum tempo depois, já parecia um mar
O vento sobre o trigo ao longe a ardear!
Foi crescendo, crescendo; a espiga bem dourada
Com o calor do estio em pouco foi ceifada.
E produziu bom pão o terreno maninho,
Onde apenas vencia a urze e o rosmaninho!


Agora quando eu olho essa encosta da serra,
Vejo que é uma lição que nos ensina a terra!


A sociedade é o monte. A escola é o arado.
Quando abrindo o sulco, olhai vá bem guiado...
Depois é semear. Será bela a colheita
Se a semente fôr bôa, e a lama fôr bem feita.


Também hão de dar pão essas searas novas
E darão muita luz à humanidade inteira...


Abri a terra, abri, fazei a sementeira...

 
Alda Guerreiro
 
 
 
 
 A MINHA TERRA

No inverno a vida apraz-nos meditar.

Quando ao entardecer, aqui na Minha Terra
Se vê sumir o sol no longe azul do mar,
O pensamento vôa e vai de serra em serra
No campo do passado às vezes a sonhar.

O oceano lembra os feitos arrojados
Do velho Portugal!
Aquem, alvos casais, em fundo verdejante
De grande pinheiral,
Fala-nos de trabalho e vida, actividade,
Saúde e alegria, e sol, e liberdade...



Alda Guerreiro Machado was born in Santiago do Cacém, where she was born on January 6, 1878 and died on February 1, 1963. She was the daughter of the artist painter Manuel do Espirito Santo Guerreiro. The fact that she comes from a family cultivated in the arts and letters allowed her to develop her natural skills, becoming notable as an intellectual, distinguishing herself mainly in poetry.
 
Her poetic work is present in several newspapers and magazines of the time, testifying to her rare sensitivity and critical spirit about the social problems felt at the time.
 
Alda Guerreiro is worthy of all the respect of the population of Santiago do Cacem for the way she dignified her land, making it better known through her poetry, being included in two important anthologies, one about Portuguese poets, in 1917, and another about the 20th century Alentejo Poets, already in 1984.
 
This woman lived in the midst of a growing Republican political ideal that intended to renew society, making it more cultured, more prosperous, happier, where justice was not a vain word, and a decadent and corrupt but stubborn monarchy, full of lords who did not want to lose their arrogance and privileges. Alda Guerreiro belongs to the generation of intellectuals at the end of the last century who joined the republican cause. And all her life she struggled with her word and deed on behalf of the underprivileged.
 
She founded on January 1, 1910, the Liberal Association of Santiago do Cacém and at the same time had in his house the “Free School”, which she maintained, at least until 1914, and which played a notable role, above all in organizing activities, such as “tree parties”, “study visits” and “school anniversary commemorative sessions”.
 
Her house was also an artistic and embroidery teaching school open to young people from Santiago, and here, full of history, lived the painter Manuel Espírito Santo Guerreiro, his father and Rafaela Guerreiro de Andrade, wife of António Manuel Freire de Andrade , pharmacist, and one of the founders of the council committee of the Portuguese Republican Party. Manuel Espírito Santo Guerreiro was born in Castro Verde and was a student at the Academy of Painting, which he joined in 1866. His artistic work received several honorable mentions in the exhibitions he participated in. In Santiago do Cacém, he held various public positions, such as President and Councilor of the City Council, Ombudsman of Santa Casa da Misericórdia, substitute for the judge of law, and director of the Society (Music and Theater) Harmonia.
 
In the 30's, Alda Guerreiro, published in the magazine “Portugal Feminine”.She supported and collaborated in a small newspaper in Sines, dedicated to young people, “A Juventude”.
 
 She conceived, built and distributed an interesting manuscript journal, entitled “O Jornal das Belanças”. For Alda Guerreiro, the press played an important role in popular education, with a view to forming a liberal and democratic conscience.
Alda Guerreiro Machado est née à Santiago do Cacém,le 6 janvier 1878 et décédée le 1er février 1963.Elle était fille de l'artiste peintre Manuel do Espirito Santo Guerreiro.Le fait qu'elle soit issue d'une famille cultivée dans les arts et les lettres a permis de développer ses aptitudes naturelles, de devenir une intellectuelle notable, se distinguant principalement à la poésie.
 
Son œuvre poétique est présente dans plusieurs journaux et magazines de l'époque, témoignant sa rare sensibilité et de son esprit critique face aux problèmes sociaux ressentis à l'époque.
 
Alda Guerreiro est digne de tout le respect de la population de Santiago do Cacém pour la façon dont elle a digné sa terre, la faisant mieux connaître à travers sa poésie, étant incluse dans deux anthologies importantes, l'une sur les poètes portugais, en 1917, et l'autre sur le Poètes de l'Alentejo du XXe siècle, déjà en 1984.Cette femme vivait au milieu d'un idéal politique républicain grandissant qui entendait renouveler la société, la rendre plus cultivée, plus prospère, plus heureuse, où la justice n'était pas un vain mot, et une monarchie décadente et corrompue mais têtue, pleine de seigneurs qui ne ne veulent pas perdre leur arrogance et leurs privilèges.
 
Alda Guerreiro appartient à la génération d'intellectuels de la fin du siècle dernier qui a rejoint la cause républicaine. Et toute sa vie, elle a lutté avec sa parole et son action en faveur des défavorisés. Ellefonda, le 1er janvier 1910, l'Association libérale de Santiago do Cacém et possédait en même temps chez elle l'«École libre», qu'elle maintint, au moins jusque 1914, et qui joua un rôle notable, surtout dans l'organisation activités telles que les «fêtes dans les arbres», les «visites d'étude» et les «séances commémoratives de l'anniversaire de l'école».
 
Dans sa maison, il y avait aussi une école d'enseignement artistique et de broderie ouverte aux jeunes de Santiago, et ici, plein d'histoire, vivaient le peintre Manuel Espírito Santo Guerreiro, son père et Rafaela Guerreiro de Andrade, épouse de António Manuel Freire de Andrade, pharmacien, et l'un des fondateurs du comité du conseil du Parti Républicain portugais.
 
Manuel Espírito Santo Guerreiro est né à Castro Verde et a été étudiant à l'Académie de peinture, qu'il a rejoint en 1866. Son travail artistique a reçu plusieurs mentions honorables dans les expositions auxquelles il a participé. À Santiago do Cacém, il a occupé diverses fonctions publiques, telles que président et conseiller municipal, ombudsman de Santa Casa da Misericórdia, suppléant du juge de justice et directeur de la Société  Harmonia (musique et théâtre).
 
 
Dans les années 30, Alda Guerreiro, publie dans le magazine “Portugal Feminine”.Il a soutenu et collaboré à un petit journal à Sines, dédié aux jeunes, « A Juventude ».
 
 Il a conçu, construit et distribué un journal manuscrit intéressant, intitulé « O Jornal das Crenças ». Pour Alda Guerreiro, la presse a joué un rôle important dans l'éducation populaire, en vue de former une conscience libérale et démocratique.
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